E num ápice ela entrou, lá para dentro, e apressou-se a subir, para cima, as escadas do primeiro andar. Correu o mais que pôde mas tropeçou e caiu, uma queda, que a deixou moribunda no chão do corredor.
Os seus olhos lacrimejavam lágrimas de dor. "Levanta-te para cima", pensou; mas o corpo dormente não reagiu. A dor impelia-a em golfos retorcidos, como se fossem facas. Tentou mais uma vez recompor-se, mas infrutiferamente. Deixou-se ficar, ali, ora estendida, ora encolhida, no chão. Ainda gritou por ajuda, mas não veio ninguém. E então decidiu deixar de lutar. Deixou de contrair os músculos e foi aí que ela veio, explosiva! A caganeira... E foi pelas pernas abaixo e tudo quanto era chão. E foi paredes e tectos e mesa tagér, e o canapé e a moldura com a foto do casamento. E salpicou os cortinados das janelas...
A dor imensa passou quase de imediato e os seus olhos deixaram de lacrimejar lágrimas. Começou a sentir-se finalmente reconfortada e em paz, mas foi uma sensação que durou pouco. Tinha de limpar aquela merda toda...
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